EQUIPE DIRECTION conquista 1º lugar na Expedição Carcará 2009

Depois de 4 vezes na segunda colocação no CNA (Circuito Nordestino de Aventura) do ano passado, a equipe investe pesado nos treinamento e garante o preparo físico e psicológico para vencer a maior e mais importante prova do CNA de 2009. A Equipe Direction participou da categoria Expedição na prova realizada em Lagoa Nova na região do Seridó no sertão do Rio Grande do Norte.  Nesta matéria você vai conferir com detalhes o relato de um dos participantes, o capitão do time, Jairo Marques.

"Tudo começou na Expedição Carcará de 2008. Naquele ano a prova não fazia parte do CNA e participamos sem uma preparação específica decidida de última hora. Apesar disso fizemos uma boa prova, mas longe do que realmente nossa equipe poderia render. “2009 será nossa!”, comentei com Toinho em tom de brincadeira após abandonarmos a prova já perto do seu no final.

O pré-prova

Esse ano a Direction está participando apenas do CNA e a Expedição Carcará é a maior prova do Circuito, a que garante maior pontuação. Precisaríamos de uma preparação especial que iniciou há três meses. 55 horas de prova no meio do Seridó em uma região de Serra onde a noite faz bastante frio e durante o dia o sol é de rachar. O período é o inverno nordestino que esse ano está sendo bastante severo. Esse era o cenário que encontraríamos. O local escolhido para a largada e chegada foi a cidade de Lagoa Nova. Como sempre faço, li sobre o local e a cidade. A cidade foi fundada por um casal de pernambucanos vindos de Igarassu. Um bom sinal!

Decidimos então chegar no dia anterior à largada para dormirmos o máximo possível, pois teríamos pouco tempo durante a prova. Toda reserva de energia agora era fundamental. Provas desse nível se vencem nos detalhes. No caminho um gato preto cruzou a estrada e avistamos um Carcará. Não sou supersticioso, mas como gosto do número 13, comentei com a equipe: bom sinal!

Com tudo preparado logo no início da noite, dormimos e esperamos os mapas chegarem para montarmos nossa estratégia e navegação. Na madrugada recebemos os mapas, estratégia definida, pronto, já estávamos prontos para a prova.

A Prova

Partimos em um trekking de 30 km descendo a Serra em direção primeiro ponto (PC1,uma ruína) em um ritmo bem forte. Nesse momento pensei que todas as equipes naquele momento esqueceram que a prova tinha 350 km. Mas nossa estratégia era ficar ali no pelotão da frente e não podíamos aliviar.

Chegando perto do PC17 os pés já davam sinal de desgaste. Principalmente em Luiz, nosso guerreiro, o menos experiente em corridas longas do grupo. A trilha muito encharcada e a inexperiência nessa situação o fez sofrer muito. Sofrimento que foi até o final da prova e que, não fosse a sua alta capacidade de superação, não nos permitiria concluir a prova. Chegamos no PC17 pouco depois da meia noite do Sábado. Lá fizemos nossa melhor refeição. Uma galinha guisada com arroz, macarrão, feijão e de sobremesa uma cocada espetacular. Não me recordo do nome da senhora que nos atendeu, apesar de ter-lhe perguntado o nome. Mas aqui vai meu agradecimento.

Competidores levaram mais de 47 horas na prova (foto: Divulgação/ Riccardo Carvalho)

 

Essa etapa de canoagem exigiu bastante da nossa equipe. Era uma navegação bem técnica com recortes e entradas além de inúmeras pequenas ilhas que não apareciam na carta de 1 para 100.000. Além do mais era noite, um céu limpo com nuvens apenas no horizonte, porém uma região de planície com montanhas somente ao fundo bem distantes. Isso não nos dá referências suficientes e as nuvens confundiam-se com montanhas devido ao cansaço. Contar as entradas nos diversos recortes também foi um desafio. Nisso acabamos passando uns 6 km da entrada e ficamos fora do mapa. Perdemos acredito que uma hora nos localizando e com o amanhecer do dia, com as montanhas ao fundo já visíveis e uma rápida triangulação nos achamos novamente. Agora era remar os 8 km restantes o mais forte possível para recuperar o tempo perdido. Mas depois desse erro, difícil era fazer a equipe acreditar que estávamos indo em direção a uma ponte que só eu conseguia ver. Na verdade eu não a via, mas sabia que estava lá e só a uns 500 metros conseguimos avistá-la para alívio de todos. Fizemos esse trecho em pouco mais de 6 horas e chegamos depois das sete da manhã no PC18 / AT11.

Agora era a reta final de um longo trecho de 90 km de bike até a chegada passando por 3 PCs virtuais. Pegamos nossas bikes e toda alimentação que conseguimos carregar. Antes demos uma olhada para a barragem e não avistamos o segundo colocado. Sabíamos que tínhamos pelo menos uma hora e meia de vantagem, mas como a fiscal tinha nos passado que todos já tinham deixado a canoagem, decidimos não relaxar. Não sabíamos como estavam as outras equipes.

Esse trecho de bike, apesar de longo não tinha uma navegação complicada. Chegamos ao PC 19 bem rapidinho. Do PC 19 até o PC 20 no povoado de Santa Tereza aí a coisa foi diferente. O calor já mostrava toda a sua força e Luiz já mostrava sinal de cansaço. Reduzimos um pouco a velocidade e chegamos ao PC20 por volta de meio dia. Agora só faltava um. Isso nos motivava a continuar num ritmo forte. Batemos o PC21 na fazenda Feverdeiras às 16 horas. Agora era só subir a montanha e pronto. Aí começou nosso martírio. A subida era muito íngreme e Luiz não conseguia empurrar sua bike. Na verdade mal conseguia andar. Sentia muita dor e o cansaço era notório. Nesse ponto a união da equipe fez diferença. Ora Jorge, ora eu, ora Cris revezávamos empurrando duas bikes e carregando a mochila de Luiz. Outro ficava ao seu lado sempre o incentivando. Isso durante quase três horas até a chegada em Lagoa Nova. A emoção já contagiava a todos!

Finalmente, depois de quatro vezes na segunda colocação a Direction ganhava uma prova do CNA.

Jairo Martins Marques – Capitão da Equipe Direction e Diretor Executivo da Direction Systems.

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